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Itapira, 29 de Março de 2024 -
24/09/2018
Luiz Santos: Era uma vez...

Existem muitas maneiras de se contar a história do mundo, seus inícios, a peregrinação do homem sobre a face da terra, os conflitos, a existência do mal e é claro, o desejo irrefreável do homem ser feliz custe o que custar, e a sensação de frustração e vazio. Filósofos, cientistas, educadores, antropólogos, políticos, artistas, escritores e até ‘rappers’ têm lá a sua versão e interpretação da história. Apesar das mais variadas abordagens, quer se façam passar por científicas ou sejam apenas ilusória pretensão de sabedoria humana, elas possuem alguma coisa em comum. Essas narrativas são em alguma altura dos fatos inconsistentes, incoerentes e sobretudo, insuficientes. Só há uma maneira válida, suficiente, consistente e que dá coerência para a realidade. A essa maneira vamos chamá-la aqui de ‘pressuposicionalista’. Essa maneira de ver as coisas parte do pressuposto de que tudo deve começar com a Revelação Bíblica e seu esquema básico de “Criação-Queda-Redenção na História-Nova Criação [Glorificação]”. Tudo como parte de um plano pensado e executado com a máxima perfeição por um Deus soberano, Sábio, Amoroso e Justo. À instigante pergunta sobre a origem do mundo, seu propósito, suas leis e suas intricadas e perfeitíssimas relações de causa e efeito, a história Bíblica nos revela a mente criadora de Deus, sua vontade perfeita e o modo como Ele chamou ‘ex nihilo’ [do nada] cada coisa à existência e de como em sua providência geral estabeleceu leis que atuam em rede, com funções, finalidades e limites próprios, dentro de esferas de poder e autonomia. A Bíblia ainda revela que este Deus nunca abandonou a sua criação, mas que ainda agora por meio de sua providência dá vida, sustento e direção a todas as coisas. Esse mundo existe primeiro para testemunhar as gloriosas excelências do seu Criador e depois, para que a mais exuberante de suas criaturas, a única que porta a sua imagem como a sua semelhança, o homem, pudesse compartilhar da felicidade e da glória do seu Criador. Contudo, essa criatura moralmente livre, exuberante e reta em sua origem, por vontade própria, de maneira real e histórica decidiu desobedecer e quebrar a vida pactual com esse Deus. Desejou dar uma interpretação autônoma para a sua razão de ser e pecou contra o Senhor. A partir desse momento o mal entrou no mundo e comprometeu não só a relação do homem com o Criador, mas também manchou a beleza da criação trazendo a ambivalência, a instabilidade e os vestígios de morte, contaminação e miséria também para a natureza. Agora, a natureza está em ‘rebelião’ contra o homem e esse para retirar dela o bem para o seu sustento demandará maior esforço e algum sofrimento. O mal se alastrou pelas gerações sucessivas da humanidade e foi aumentando e intensidade estruturando assim uma cultura de morte, violência, idolatrias, ideologias desumanizantes, guerras bárbaras, costumes e tradições culturais bizarras e demoníacas e sobretudo relações sociais doentias e perniciosas. Todavia, Deus não abandonou também o homem, suas relações sociais e o fabrico de suas mãos. Por meio da graça comum o mal foi contido em seus efeitos e em seu avanço. O bem pôde ser feito, mesmo por homens rebeldes e ímpios, a sociedade humana evoluiu em muitos aspectos o que proporcionou a manutenção e o desenvolvimento da vida na Terra. Contudo, dentro dessa história caída e infeliz uma outra história começou a ser contada e vivida. A história da Redenção por meio do Messias. Essa história começa na promessa de Gênesis 3.15 e atinge dentro da história o seu auge no dia 17 de Nisã do ano 30 e.C, isto é, três dias após a crucifixão Jesus ressuscita glorioso da morte. Essa história da redenção continua sendo contada e realizada em seus capítulos finais. A humanidade e a criação, o homem concreto, sua história e sua cultura estão sendo redimidos em Cristo, reconciliados com Deus, voltando as relações pactuais e de paz com o Criador, agora na condição de “Papaizinho” (Abá). Retornado ao plano das origens. Por meio da pregação das Boas Novas e a atuação do Espírito Santo um povo novo foi criado, que vive desde agora em meio as imperfeições e a transitoriedade desse mundo como a nova humanidade. Com uma nova ética cuja força motriz é o amor, uma nova justiça cujo âmago é a misericórdia, uma nova moralidade cuja a santidade é o valor maior que são as características distintivas dessa nova maneira de ser e de se realizar no mundo. Entretanto, esse não é o fim da história. Na verdade, sob um certo aspecto ela não tem fim. Passados os dias desse mundo caduco e transitório, quando toda maldade for suprimida, toda rebelião debelada e enfim a morte vencida, habitaremos uma nova Terra sob novos Céus onde o conhecimento de Deus cobrirá a Terra como as águas cobrem o mar. Quando esse dia chegar, tudo terá pleno sentido e então a felicidade será um estado permanente porque permanente será a ausência do mal e eterna a nossa vida na face de Deus.

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira



Fonte: Luiz Santos

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