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Itapira, 29 de Março de 2024 -
21/05/2018
Luiz Santos: A Grande Família

Evidente que todos sabem a inspiração deste título. Tomei emprestado da memorável série de TV que alegrava as noites de quinta-feira. Era uma comédia, com raríssimas exceções, com tramas e episódios leves que girava em torna de uma família classe média de um subúrbio carioca. Uma família muito parecida com a maioria das famílias brasileiras e suas vicissitudes. Era chamada de ‘grande família’ porque na casa habitavam além do casal já de meia idade, um idoso viúvo, pai da dona da casa que dormia no sofá da sala, um casal (a filha e o genro folgado) e um filho solteirão e não muito dado ao trabalho. Deixando de lado a série brasileira, nós cristãos também pertencemos a uma grande família. Essa grande família começa pequena, nuclear, a família do lar de laços consanguíneos estreitos. Essa família, que aliás, a que fundamenta as outras ampliações da mesma, é a que realiza a mais importante formação integral do caráter humano. É no seio do lar cristão que os conceitos de certo e errado, o senso de dever e responsabilidade, a alegria da partilha e da convivência são transmitidos. É no aconchego do lar que se aprende o respeito pelas autoridades, a solicitude para com os mais fracos e vulneráveis. Na intimidade da família se aprende a perdoar e a pedir perdão, a caminhar uma milha a mais e a suportar as fraquezas de caráter mútuos. É no lar cristão que a caminhada com Deus começa. Em família aprendemos a ser gratos, a prendemos as primeiras orações e os primeiros hinos, bem como as primeiras histórias da Bíblia. É em casa que a gente aprende a ser ‘gente’. Depois a família se amplia, a família da fé na igreja local. Nessa família aumentada temos a oportunidade de testar a educação recebida em casa e todo o treinamento já iniciado nas coisas de Deus. Aprendemos a ampliar a nossa atitude de respeito e consideração pelas autoridades constituídas. Desenvolvemos o nosso senso de responsabilidade e dever para com Deus e aqueles que agora também chamamos de irmãos. Quando juntos crescemos na Palavra do Senhor e passamos a descobrir os nossos dons pessoais, logo entendemos que a finalidade deles é o serviço e o bem-estar daqueles que congregam e caminham conosco nessa família que vive no regime da Aliança com Deus mediante o sangue de Cristo. A igreja local tem muitas das mesmas condições de nosso lar, nos oferece segurança, consolo, conforto e cuidados em tempo de necessidades. Nos acolhe, corrige e perdoa nos dias difíceis em que cedemos às tentações e pecamos. A igreja local nos faz sentir parte de algo maior que nós mesmos e em nosso caso de presbiterianos, nos insere numa família agora um pouco maior, a dos cristãos reformados. Somos parte de uma história gloriosa, temos por irmãos e irmãs homens e mulheres que num passado nem tão longe assim foram perseguidos, sofreram privações e até o martírio por causa da fé e da verdade. Essa família reformada nos oferece um passado, uma identidade maior, nos lega valores inegociáveis e irrenunciáveis como o amor e a primazia dada às Escrituras, a centralidade de Cristo e a dependência da graça. Pertencer a essa família significa que a narrativa de nossa história pessoal não se enquadra nas muitas histórias que o mundo conta baseadas no naturalismo, na filosofia, nas ideologias, nas idolatrias ou no fatalismo absurdo. Nossa história e nosso entendimento do mundo e da vida são compreendidos dentro do esquema criação-queda-redenção-glorificação. Isto nos dá coerência e consistência para viver para o louvor da glória de Deus em meio a tantas solicitações de servidão e obediência em troca de uma felicidade passageira e inexistente no final. Mas, não é tudo. Agora chegamos à Grande Família de Deus. Família composta por homens e mulheres de todas as épocas, de todas as culturas, de todas as raças e línguas, de todas as denominações que têm em comum a salvação em Cristo Jesus. Porque: “naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo... Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2.12-19). Queremos aumentar a família, o nosso Pai deseja mais filhos e o nosso irmão maior quer compartilhar com muitos outros mais a sua herança. Traga o seu lar para Jesus, vem fazer parte da nossa família.

Reverendo Luiz Fernando é ministro da Palavra na Família Presbiteriana Central de Itapira



Fonte: Luiz Santos

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