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Itapira, 16 de Abril de 2024 -
16/04/2018
Luiz Santos: O Tempo Passa...

Para os que gostam de futebol e os que gostavam de acompanhar as partidas pelo rádio, devem se lembrar do bordão do saudoso Fiore Gigliote: “O tempo passa, torcida brasileira...crepúsculo de jogo...fecham-se as cortinas e termina o espetáculo”. Eu mesmo ouvi esse bordão centenas de vezes na minha infância e juventude. O nosso tempo também está passando vertiginosamente. Quanto mais velhos ficamos, a sensação da celeridade do tempo parece aumentar, logo as cortinas estarão cerradas também para nós. Quando se é criança, adolescente e mesmo jovem, temos a sensação de que todo o tempo do mundo está ao nosso dispor, isso quando não imaginamos ter a eternidade. Mas, quando os anos avançam o horizonte parece cada vez mais próximo, os nossos dias passam cada vez mais rápido e as horas quase nem conseguimos mais mensurar. A Bíblia possui ensinamentos maravilhosos sobre o tempo: “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz” (Ecl 3.1-8), e ainda o mesmo autor: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os anos em que você dirá: ‘Não tenho satisfação neles’; antes que se escureçam o sol e a luz, a lua e as estrelas, e as nuvens voltem depois da chuva; quando os guardas da casa tremerem e os homens fortes caminharem encurvados, e pararem os moedores por serem poucos, e aqueles que olham pelas janelas enxergarem embaçado; quando as portas da rua forem fechadas e diminuir o som da moagem; quando o barulho das aves o fizer despertar, mas o som de todas as canções lhe parecer fraco; quando você tiver medo de altura, e dos perigos das ruas; quando florir a amendoeira, o gafanhoto for um peso e o desejo já não se despertar. Então o homem se vai para o seu lar eterno, e os pranteadores já vagueiam pelas ruas. Sim, lembre-se dele, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ecl 12.1-7). Precisamos de muita sabedoria para administrar a nossa vida, para conduzir os rumos de nossa história a fim de encontrarmos o sentido último do porquê estarmos aqui. Evidentemente que como cristãos não ignoramos o fato de que Deus nos criou para o louvor de sua glória e para compartilhar conosco a sua gloriosa felicidade. Mas, precisamos encontrar também nós o sentido de nossa vida como homens e mulheres que tem uma história pessoal, familiar e que se realizam como seres históricos no tempo e no espaço. Por isso, precisamos aprender a viver intensamente cada momento e não desperdiçar as ocasiões vivendo desatentos ou negligentes nossas relações interpessoais, as coisas próprias da dinâmica do lar, o amor e o companheirismo do casamento, acompanhar as descobertas e progresso dos nossos filhos e colocar-nos ao lado deles quando as primeiras frustrações chegarem, e elas sempre chegam. Precisamos desenvolver um aguçado senso de contemplação para apreciar as coisas simples e mais sensíveis da vida, como o nascer e o pôr do sol, uma lua soberana no céu estrelado, a mansa chuva no telhado e o arco-íris sobre as nuvens. Essa contemplação não tem nada de místico, mas é profundamente religiosa, pois de alguma maneira nos ligam ao sétimo dia da criação, quando Deus descansou de suas obras e as contemplou num gozo de felicidade indescritível. Por isso, como o salmista, devemos fazer sempre a seguinte oração: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12). Sabedoria para encontrar os essenciais da vida, para dar valor às coisas que realmente têm valor, viver por inteiro e com coração integral cada momento em casa, no trabalho, na escola, na igreja, cultivando verdadeiras amizades. Nunca se permitir viver pela metade, sentir pela metade e fragmentar a realidade. Tudo isso deve ser feito na dependência e com gratidão ao Senhor que tudo providencia para o nosso bem. Uma boa maneira de viver bem, remindo o tempo, em tudo tendo prazer e ainda glorificando a Deus, é levar a sério o que Paulo recomenda: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp 4.6-8).

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira



Fonte: Luiz Santos

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