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Itapira, 19 de Abril de 2024 -
24/05/2015
José Carlos Barbieni: A história de João.

 Olá pessoal, de volta, novamente!

Passando por alguns Blogs e Sites, resolvi contar uma história fictícia, que pra quem não sabe o que é, é uma história de mentirinha, serve apenas para reflexão, se é que há algo que se aproveite nela, segue ai: A história de João. João era um cara metódico, tímido e super organizado, talvez por isso fosse um dos melhores funcionários do escritório, raramente deixava acumular serviço, inclusive sua mesa despertaria inveja até nas mulheres mais exigentes.   Certo dia entra uma nova funcionária na firma, a Sônia, que não demora em perguntar para os demais o porquê de o João ter esse jeito tão fechado, já que se limitava a responder apenas o que lhe fosse perguntado, e ainda assim era quase que apenas “sim” ou “não”.    - O João até que não é feio, é inteligente, mas é muito fechado, porque ele é assim, aconteceu algo aqui no escritório? Parece que ele não se da bem com ninguém, sai e já vai direto embora, não participa de nenhuma festinha, quase não conversa - perguntava ela a sua supervisora-. Marcela, a sua supervisora, contou lhe então o que aconteceu:   -Vou contar porque ele não faz questão que saibam o que aconteceu... O João nem sempre foi assim tão fechado, na verdade ele era bem comunicativo até, mas acontecimentos de apenas alguns dias, isso já há alguns anos, mudaram o seu jeito de se relacionar com as pessoas, nada que afete seu trabalho, mas ele se fechou desde então.   -Nossa! Parece grave, o que aconteceu, morreu alguém por causa dele?   -Não chega a tanto, acho que o único morto nessa história foi o João que nós conhecíamos depois de quase ser preso duas vezes numa única semana, e pelo jeito não suportou bem a situação e se fechou.   - Nossa! Nunca me passou pela cabeça que ele tivesse problemas com a lei, tão certinho e organizado, espero que não tenha sido nada grave, mas o que aconteceu?   - Bem... Aconteceu que numa segunda feira, dizem que ele quase foi preso por injúria racial num supermercado, quando comentou com a moça do caixa sobre a situação econômica, e sem más intenções soltou a frase “É... A coisa tá preta, mesmo!”, parece que foi o suficiente para uma moça ao lado começar a esbravejar que ele se referia a ela, que era racista, chamou a polícia e aconteceu a maior confusão como o coitado.   -Coitado, sei... E se falou de propósito mesmo?   -Nada a ver, o João perdeu os Pais muito cedo, e sem parentes próximos, praticamente foi criado por uma pessoa de cor, tenho certeza de que ele jamais seria racista, mas, para complicar, pois, logo depois ele foi acusado de homofobia, por mudar de fila numa lotérica, onde haviam dois homossexuais abraçados, deu confusão de novo!   -Espera ai, esse é um país livre, que eu saiba não há nada de mais em duas pessoas do mesmo sexo se abraçarem numa fila, sinto muito, mas, ele podia ficar quieto onde estava, né!   -Verdade, mas ele disse que não fez por mal nem pretendia ofender os dois, se justificou dizendo que simplesmente mudou de fila por não se sentir a vontade, o que convenhamos, também é um direito dele.   - Na certa mudou de fila e resmungou alguma coisa que ofendeu.   -Pelo que consta, não disse uma palavra, apenas mudou de fila, eu particularmente acho que quiseram se aproveitar dele, devem ter pensado que ele fosse rico e daria alguma indenização, talvez.   -Tá certo que foi muita confusão mesmo, mas isso justifica ele ter esse trauma todo?   -Porque o interesse nele?   -Nada de mais, é que como você sabe, estou fazendo psicologia e achei interessante, um cara que parece ser legal, mas ser tão fechado, quem sabe não me rende uma tese?   -Que tal perguntar diretamente a ele? –Nisso Marcela chamou João e foram todos para sua sala, pois, queria ver como agiria a nova funcionária diante daquela situação, já que Marcela não gostava de fofocas ou assuntos mal resolvidos no trabalho-.   -João, você sabe que a Sonia estuda psicologia e ela quer lhe fazer uma pergunta sobre o que aconteceu com você, pode ser?   -Pode, mas não to pirado não, se é isso que ela pensa.   Visivelmente constrangida, Sônia lhe perguntou:   -Desculpa, não é isso não, mas eu comentava com a Marcela o seu jeito fechado, quase não fala com ninguém, e a Marcela acabou me contando o que aconteceu, daí que eu perguntei a ela, se isso não seria um trauma seu que precisaria ser tratado, você ainda é novo para agir tão fechado assim.    -Olha Sônia, agradeço a sua preocupação, mas não é trauma, nem piração, é uma escolha que fiz só isso.   -Como assim? Escolheu se fechar pra todo mundo?    -Na verdade acho que são as pessoas é que escolheram que eu as ignore, ou se ignorarem com o chamado “Politicamente Correto”, se falar alguma coisa, dirão que é racista ou homofóbico, se conversar com alguém aqui no trabalho, vai que dizem que é assédio, melhor ficar quieto não acha?   Bem... Se você leu até aqui e espera um final, sinto muito, o final dessa história fica para você mesmo imaginar e refletir. Até mais! Gostou? Não gostou? Envie um comentário.   A todos muita paz e saúde e proteção. José Carlos Barbieni – Serralheiro - Técnico em Informática e Administração Formado na ETEC “João Maria Stevanatto” Itapira-SP jkarlosbarbieni@gmail.com

Fonte: José Carlos Barbieni

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